A inteligência ancestral e o tempo humano na era da IA

Na HSM+ deste ano, Yuval Harari trouxe um ponto que merece ecoar:

“Se você não tem tempo, você é pobre.”

E também um alerta essencial para o nosso tempo:

“Há um déficit de confiança no mundo… as pessoas cada vez mais confiam apenas em algoritmos.”

Vivemos uma era em que a confiança — antes tecida entre pessoas, experiências e histórias — começa a migrar para códigos e sistemas.

Mas, se entregamos à tecnologia o poder de decidir, quem cuida do sentido do que é decidido?

A Inteligência Artificial pode processar dados, prever comportamentos e escrever textos inteiros.

Mas a Inteligência Ancestral — aquela que nasce da escuta, da intuição e da convivência — continua sendo a única capaz de gerar sabedoria.

O verdadeiro avanço está em usar a IA para ganhar tempo — e usar esse tempo para ser mais humano.

Tempo para pensar com calma.

Tempo para escutar com presença.

Tempo para criar com sentido.

Confiar em algoritmos pode nos tornar mais rápidos.

Mas confiar novamente nas pessoas — e naquilo que nos faz humanos — é o que pode nos tornar mais sábios.

Entre o ancestral e o artificial, a liderança do futuro talvez seja aquela que entende que o humano não é o elo frágil da tecnologia, mas a sua razão de existir.